quinta-feira, 31 de março de 2011

A FÊNIX

Querido diário,

Como eu havia prometido no nosso último encontro, hoje contarei a história da FÊNIX, uma ave mítica repleta de penas vermelhas e douradas que emite raios de luz através de seu corpo.
Segundo nosso guia turístico, o historiador Rainer Sousa, algumas lendas relatam que essa criatura teria nascido nas terras do Oriente e se alimentava com incenso, raízes cheirosas e óleos de bálsamo. Sendo muito comum na literatura greco-romana, essa criatura tem também sua representação registrada em diferentes bestiários do período medieval.
Diferente de tantos outros animais encontrados na natureza, a fênix tinha a incrível capacidade de se reproduzir sem a necessidade de um parceiro. De fato, a concepção de uma fênix acontecia no momento em que um exemplar se encontrava em seus últimos momentos de vida. A partir do corpo de sua mãe, uma nova fênix surgia com a capacidade de viver o mesmo tempo da genitora. Conforme relatos diversos, a fênix poderia viver por exatos quinhentos anos.
Tendo descrições bastante diversas, alguns escritores dizem que a jovem fênix, após adquirir certo vigor físico, realiza um ritual funerário em homenagem à sua mãe. Ela constrói um pesado ovo de mirra onde deposita os restos mortais de seu genitor. Depois disso, vai ao templo do Deus Sol, na cidade egípcia de Heliópolis, onde deposita o ovo por ela construído. Em geral, diversas culturas, tanto ocidentais como orientais, apresentam relato sobre este pássaro.
A lenda da fênix sobreviveu por diversos séculos, chegou a causar uma ligeira polêmica com respeito à sua real existência. No século XVII, o escritor Thomas Browne afirmou categoricamente que uma ave com tais características jamais existiu. Em contrapartida, poucos anos depois, Alexander Ross colocou em xeque esse veredicto ao sugerir que essa ave não poderia ser vista, pois sua vida reclusa fazia parte de seu próprio instinto de sobrevivência.
Disse ainda o nosso guia turístico que para além dessas discussões sobre a veracidade da fênix, o seu relato permite a compreensão de valores bastante interessantes ao homem. O mais importante deles se refere à circularidade do tempo e o processo de renovação das coisas. No momento em que se prepara para a própria morte, a fênix demonstra claramente a limitude da existência. Em contrapartida, salienta a continuidade do mundo no momento em que só pode gerar uma nova vida mediante o fim da sua.
Pois é, diário amigo, essas minhas férias serviram para mostrar-me que além das paredes do Olimpo há outros mundos fantásticos a serem desbravados.

segunda-feira, 28 de março de 2011

O FANTÁSTICO LEÃO DE NEMÉIA

Diário amigo,

Durante as minhas férias, pelos lugares por que passei, ouvi histórias fantásticas. E uma que muito me chamou a atenção foi a do LEÃO DE NEMÉIA.
Segundo disseram, o leão de Neméia é uma criatura da mitologia greco-romana que habitava a planície de Neméia, na Argólida, aterrorizando toda aquela região. A terrível fera não podia ser morta por um homem normal e todos os que tentavam enfrentá-la ficavam completamente aterrorizados pelo seu rugido, que podia ser ouvido a quilômetros de distância. Além disso, arma alguma podia penetrar o couro do animal, e todos que tentavam matá-lo com lanças ou flechas acabavam sendo devorados.
A origem do Leão da Neméia é muito controvertida. De acordo com algumas versões, ele era tido como filho de Tifão e Equidna. Outras lendas o dão como fruto da união de Equidna e seu próprio filho Ortros, o cão de duas cabeças. Outra versão é a de que o leão seria filho de Cérbero com Quimera, e, portanto, neto de Tifão e Equidna.
No primeiro dos seus famosos doze trabalhos, Héracles recebeu de Euristeu a missão de derrotar o Leão de Neméia, para dar fim à devastação que este causava. De início, Héracles tentou atingi-lo com suas flechas, inutilmente. Irritado, o herói aplicou com sua clava um golpe tão tremendo na cabeça do animal, que este caiu desacordado. Depois de estrangulá-lo, Héracles extraiu o couro do animal com as próprias garras, uma vez que nenhuma arma de ferro conseguia cortá-lo ou perfurá-lo. A partir daí, Héracles passou a usar sua pele como um manto protetor, com a cabeça do leão servindo-lhe de elmo.
E as fantásticas histórias, diário querido, não param por aí não!... Há muitas outras ainda mais fantásticas, dentre as quais uma me encantou: a história da Fênix. Mas essa eu lhe contarei no nosso próximo encontro.

quinta-feira, 24 de março de 2011

O MITO DA SEREIA
(Wikipedia)

Queridíssimo diário,

Quanto tempo, heim?!...
Pois é!... Resolvi tirar férias (e dar-lhe, também)!... E durante as férias, fiz um cruzeiro por “mares nunca dantes navegados”. E numa dessas viagens, estive na ilha das sereias, lá pelas bandas do Mediterrâneo.
Segundo os historiadores, sereia é um ser mitológico, parte mulher e parte peixe. É provável que o mito tenha tido origem em relatos da existência de animais com características próximas daquela que mais tarde foram classificados como sirénios.
Filhas do rio Achelous e da musa Terpsícore, tal como as harpias, habitavam os rochedos entre a ilha de Capri e a costa da Itália. Eram tão lindas e cantavam com tanta doçura que atraíam os tripulantes dos navios que passavam por ali para os navios colidirem com os rochedos e afundarem. Odisseu, personagem da Odisséia de Homero, conseguiu salvar-se porque colocou cera nos ouvidos dos seus marinheiros e amarrou-se ao mastro de seu navio, para poder ouvi-las sem poder aproximar-se. As sereias representam, na cultura contemporânea, o sexo e a sensualidade.
Na Grécia Antiga, porém, os seres que atacaram Odisseu eram, na verdade, retratados como sendo sereias, mulheres que ofenderam a deusa Afrodite e foram viver numa ilha isolada. Se assemelham às harpias, mas possuem penas negras, uma linda voz e uma beleza única.
Algumas das sereias citadas na literatura clássica são:

• Pisinoe (Controladora de Mentes),
• Thelxiepia (Cantora que Enfeitiça),
• Ligeia (Doce Sonoridade),
• Aglaope,
• Leucosia,
• Parténope.

Supunha-se que as sereias, embora tivessem inteligência humana, não tinham alma. Podiam, entretanto, conseguir uma alma se aceitassem ser batizadas ou - segundo algumas versões - se elas se casassem com um humano. E de acordo com a lenda, o único jeito de derrotar uma sereia ao cantar seria cantar melhor do que ela.
Pois é, amigo diário!... voltei desse cruzeiro inda mais encantado com as histórias oriundas da Mitologia e, principalmente, com os seres que delas fazem parte.