terça-feira, 30 de dezembro de 2008

DIANA, A DEUSA VIRGEM DA CAÇA
(Wikipédia)


Adorável anigo diário,

Voltando da minha última consulta do ano com o meu psicanalista, deparei-me com uma cena horripilante: vi Diana transformar em um cervo o caçador Acteão, que a viu nua durante o banho.
Em Roma, Diana (a Artemis grega) é a deusa da lua e da caça, filha de Júpiter e de Latona, e irmã gêmea de Apolo. Ciosa de sua virgindade e indiferente ao amor, obteve do pai permissão para não se casar e se manter sempre casta. Júpiter forneceu-lhe um séquito de sessenta oceânidas e vinte ninfas que, como ela, renunciaram ao casamento. Caçadora infatigável, Diana é cultuada em templos rústicos nas florestas, onde os caçadores lhe oferecem sacrifícios. Na mitologia romana, ela é a deusa dos animais selvagens e da caça, bem como dos animais domésticos, porém foi cedo identificada como a deusa grega Ártemis e depois absorveu a identificação de Artemis com Selene (Lua) e Hécate (ou Trívia), de que derivou a caracterização triformis dea ("deusa de três formas"), usada às vezes na literatura latina.
Em Roma, seu templo mais importante localiza-se no monte Aventino e, dizem, teria sido construído pelo rei Servius Tulius no século VI a.C.
Pois é, diário amigo, o pobre caçador Acteão teve uma belíssima visão e, em conseqüência disso, hoje tornou-se caça.
Que ela nem a minha Psiquê fiquem sabendo disso, mas eu também a vi na hora do seu banho.

domingo, 21 de dezembro de 2008

ÍCARO, O FILHO DE DÉDALO
(www.algosobre.com.br/mitologia)


Querido amigo diário,

Hoje, quando eu voltava do psicanalista, fiquei sabendo de uma história interessante!.... a história de Ícaro, filho de Dédalo e de uma escrava de Minos chamada Naucrata.
Tudo começou quando seu pai, discípulo de Hermes e renomado inventor, realizava seu trabalho em Atenas até que certo dia começou a temer que seu ajudante e sobrinho, Ácale, lhe sobrepujasse no ofício. Enciumado, atirou o jovem do alto de Acrópole, matando-o. Por esse crime foi condenado ao exílio, partindo para Creta, reino de Minos, onde realizou muitas obras, sendo a mais célebre o Labirinto. Foi nessa construção que o soberano, irritado porque o arquiteto havia favorecido os amores de sua esposa, Pasífae, encerrou Dédalo e Ícaro juntamente com o Minotauro.
Os dois ali permaneceram até que Dédalo fabricou dois pares de asas artificiais amarrando as penas caídas dos pássaros que sobrevoavam o Labirinto e colando-as a seguir com grossa camada de cera. Alçaram vôo juntos, deixando o cárcere para traz, porém Ícaro, empolgado com a possibilidade de voar, esqueceu-se da recomendação do pai em não se aproximar em demasia do sol.
Inebriado pela sensação das alturas, cada vez mais o jovem se acercava do astro até que a cera que fixava as asas começou a derreter e Ícaro despencou dos céus no mar, morrendo afogado.
Seria uma história fantástica não fosse ela tão trágica, amado diário, mas em se tratando de Olimpo, tudo se torna belo e fabuloso.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

PSIQUE, MINHA PAIXÃO
(www.starnews2001.com.br)

Meu diário confidente,
Há muito tempo venho sentindo sensações típicas dos mortais, ou seja, acho que estou apaixonado. Por quem? Por uma bela mortal de nome Psiquê. Tão bela que despertou o ciúme e a fúria de Afrodite, deusa da beleza e do amor, minha mãe, pois os homens deixavam de freqüentar seus templos para adorá-la.
Enciumada, Afrodite deu-me ordens para induzir Psiquê a apaixonar-se por alguma criatura de má aparência, porém o feitiço virou-se contra o feiticeiro: apaixonei-me por ela, tornando-me seu amante. Eu a levei a um palácio, mas somente a visitava na escuridão a fim de que não fosse visto por ela.
Também movidas pelo ciúme, as irmãs de Psiquê disseram-lhe que eu era um monstro e iria devorá-la. Certa noite ela pegou uma lamparina e iluminou o quarto para me ver enquanto eu dormia. Excitada diante da visão de minha beleza (desculpe-me a falta de modéstia), ela deixou cair sobre mim uma gota do óleo da lamparina, e despertou-me. Por causa disso abandonei-a, ressentido pela sua desobediência.
Sozinha e cheia de remorsos, Psique procurou-me por toda a terra, e várias tarefas difíceis lhe foram impostas por Afrodite. A primeira delas foi separar na escuridão da noite as impurezas de um monte enorme de várias espécies de grãos, porém as formigas apiedaram-se de Psique e vieram em grande número para realizar a tarefa por ela.
E assim, por um meio ou por outro, todas as tarefas foram executadas, exceto a última, que consistia em descer ao Hades e trazer o cofre da beleza usado por Perséfone. Psique havia praticamente conseguido realizar a proeza, quando teve a curiosidade de abrir o cofre; este continha não a beleza, e sim um sono mortal que a dominou. Entretanto Júpiter, pressionado por mim, consentiu finalmente nosso casamento.Daí então Psique subiu ao céu.
Porém, diário amigo, por enquanto não marcamos o nosso enlace matrimonial. Ela diz que sou ainda muito jovem para assumir tal compromisso. Às vezes também penso assim, mas não mais estou suportando o aperto no peito causado por essa paixão que me sufoca.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

PERSÉFONE, DEUSA DA FERTILIDADE E DA COLHEITA
(Wikipedia)

Meu diário amigo,
Como eu havia prometido, cá estou de volta; agora para falar-lhe de Perséfone, que na mitologia grega corresponde à deusa romana Proserpina ou Cora. Ela é a filha de Zeus com a deusa Deméter, da agricultura, concebida antes do casamento de seu pai com Hera.
Quando os sinais de sua grande beleza e feminilidade começaram a brilhar, em sua adolescência, chamou a atenção do deus Hades que a pediu em casamento. Zeus, sem sequer consultar Deméter, aquiesceu ao pedido de seu irmão. Hades, impaciente, emergiu da terra e raptou-a levando-a para seus domínios (o mundo subterrâneo), desposando-a e fazendo dela sua rainha.
Sua mãe, ficando inconsolável, acabou por se descuidar de suas tarefas: as terras tornaram-se estéreis e houve escassez de alimentos, e Perséfone recusou-se a ingerir qualquer alimento e começou a definhar. Deméter, junto com Hermes, foram buscá-la ao mundo dos mortos (segundo dizem por aí, Zeus ordenou que Hades devolvesse a sua filha). Como entretanto Perséfone tinha comido algo (uma semente de romã) concluiu-se que não tinha rejeitado inteiramente Hades. Assim, estabeleceu-se um acordo, ela passaria metade do ano junto a seus pais, quando seria Coré, a eterna adolescente, e o restante com Hades, quando se tornaria a sombria Perséfone. Este mito justifica o ciclo anual das colheitas.
Perséfone é normalmente descrita como uma mulher de cabelos claros, possuidora de uma beleza estonteante, pela qual muitos homens se apaixonaram, entre eles, Pírito e Adônis. Foi por causa deste último que Perséfone se tornou rival de Afrodite, pois ambas disputavam o amor do jovem, mas também outro motivo era porque Afrodite tinha inveja da beleza de Perséfone. Embora Adônis fosse seu amante, o amor que Perséfone sentia por Hades era bem maior. Os dois tinham uma relação calma e amorosa. As brigas eram raras, com exceção de quando Hades se sentiu atraído por uma ninfa chamada Menthe, e Perséfone, tomada de ciúmes, transformou a ninfa numa planta, destinada a vegetar nas entradas das cavernas, ou, em outra versão, na porta de entrada do reino dos mortos.
Conta-se, ainda, que seu pai, Zeus, sob a forma de uma serpente, teve amor com a própria filha,com quem teve um filho e uma filha: Sabázio e Melinoe, que era de uma habilidade notável e foi quem coseu Baco na coxa de seu pai. Com Heracles, Perséfone ainda teve Zagreus. Com Hades, ela é mãe de Macária, deusa de boa morte.
Agora responda-me, amigo diário: como poderei eu ser um adolescente normal se o meio em que vivo não me ajuda?
E haja visitas ao psicanalista!...

sábado, 6 de dezembro de 2008

DO VINHO AOS BACANAIS
(PARTE II )


Ilustríssimo amigo diário,

Dando prosseguimento à orgíaca vida de Baco (também conhecido como Dionísio), ele percebe a trama dos marinheiros de Acetes, olha para o mar entristecido, e de repente a nau pára no meio do mar como se fincada em terra. Assustados, os homens impelem seus remos e soltam mais as velas, tudo em vão. O cheiro agradável de vinho se alastra por toda a nau e percebe-se que vinhas crescem, carregadas de frutos sob o mastro e por toda a extensão do casco do navio e ouve-se sons melodiosos de flauta.
Baco aparece com uma coroa de folhas de parra empunhando uma lança enfeitada de hera. Formas ágeis de animais selvagens brincam em torno de sua figura. Os marinheiros levados à loucura começam a se atirar para fora do barco e ao atingir a água seus corpos se achatavam e terminavam numa cauda retorcida. Os outros começam a ganhar membros de peixes, suas bocas alargam-se e narinas dilatam, escamas revestem-lhes todo o corpo e ganham nadadeiras em lugar dos braços. Toda a tripulação fôra transformada e dos 20 homens só restava Acetes, trêmulo de medo. Baco, porém, pede para que nada receie e navegue em direção a Naxos, onde encontra Ariadne e a toma como esposa. Cansado de ouvir aquela historia, Penteu manda aprisionar Acetes. E enquanto eram preparados os instrumentos de execução, as portas da prisão se abrem sozinhas e caem as cadeias que prendiam os membros de Acetes. Não se dando por vencido, Penteu se dirige ao local do culto encontrando sua própria mãe cega pelo deus, que ao ver Penteu manda as suas irmãs atacarem-no, dizendo ser um javali, o maior monstro que anda pelos bosques. Elas avançam, e ignorando as súplicas e pedidos de desculpa, matam-no. Assim é estabelecido na Grécia o culto de Baco. Certa vez, seu mestre e pai de criação, Sileno, perdeu-se e dias depois quando Midas o levou de volta e disse tê-lo encontrado perdido, Baco concedeu à ele um pedido. Embora entristecido por ele não ter escolhido algo melhor, deu a ele o poder de transformar tudo o que tocasse em ouro. Depois, sendo ele uma divindade benévola, ouve as súplicas do mesmo para que tirasse dele esse poder.
Dizem as más línguas, diário amigo, que Baco era um grande boêmio que gostava de fazer festas regadas a muito vinho, e que essas festas recebiam o nome de “bacanais”, cujo significado foi mudando com o passar do tempo; e hoje, no mundo ocidental dos mortais, o termo “bacanal” é sinônimo de orgia, de promiscuidade, de esbórnia...

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

DO VINHO AOS BACANAIS
(Wikipedia)



Diário querido,

Após falar de Cibele, eu não poderia deixar de mencionar o filho do deus olímpico Júpiter e da mortal Sêmele, Baco, o deus do vinho e da folia. Líber é seu nome latino e Dioniso é seu equivalente grego.
Diz a história que Sémele, quando estava grávida, exigiu a Júpiter que se apresentasse na sua presença em toda a glória, para que ela pudesse ver o verdadeiro aspecto do pai do seu filho. O deus ainda tentou dissuadi-la, mas em vão. Quando finalmente apareceu em todo o seu esplendor, Sémele, como mortal que era, não pôde suportar tal visão e caiu fulminada. Júpiter tomou então das cinzas o feto ainda no sexto mês e meteu-o dentro da barriga da sua própria perna, onde terminou a gestação.
Ao tornar-se adulto, Baco apaixona-se pela cultura da vinha e descobre a arte de extrair o suco da fruta. Porém, a inveja de Hera levou-a a torná-lo louco a vagar por várias partes da Terra. Quando passa pela Frígia, a deusa Cíbele cura-o e o instrui nos seus ritos religiosos. Curado, ele atravessa a Ásia ensinando a cultura da vinha. Quis introduzir o seu culto na Grécia depois de voltar triunfalmente da sua expedição à Índia, mas encontrou oposição por alguns príncipes receosos do alvoroço por ele causado.
O rei Penteu proíbe os ritos do novo culto ao aproximar-se de Tebas, sua terra natal. Porém, quando Baco se aproxima, mulheres, crianças, velhos e jovens correm a dar-lhe boas vindas e participar de sua marcha triunfal. Penteu manda seus servos procurarem Baco e levá-lo até ele. Porém, estes só conseguem fazer prisioneiro um dos companheiros de Baco, que Penteu interroga querendo saber desses novos ritos. Este se apresenta como Acetes, um piloto, e conta que, certa vez velejando para Delos, ele e seus marinheiros tocaram na ilha de Dia e lá desembarcaram. Na manhã seguinte os marinheiros encontraram um jovem de aparencia delicada adormecido, que julgaram ser um filho de um rei, e que conseguiriam uma boa quantia em seu resgate. Observando-o, Acetes percebe algo superior aos mortais no jovem e pensa se tratar de alguma divindade e pede perdão a ele pelos maus tratos. Porém seus companheiros, cegados pela cobiça, levam-no a bordo mesmo com a oposição de Acetes. Os marinheiros mentem dizendo que levariam Baco (pois era realmente ele) onde ele quisesse estar, e Baco responde dizendo que Naxos era sua terra natal e que se eles o levassem até lá seriam bem recompensados. Eles prometem fazer isso e dizem a Acetes para levar o menino a Naxos. Porém, quando ele começa a manobrar em direção a Naxos ouve sussurros e vê sinais de que deveria levá-lo ao Egito para ser vendido como escravo, e se recusa a participar do ato de baixeza.
Desculpe-me, amigo diário, mas como a história de Baco é um pouco extensa, voltarei outro dia para continuá-la. Além do mais, estou atrasado para a consulta com o meu psicanalista.
Até breve!...

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

CIBELE, A MÃE DOS DEUSES


Meu querido amigo diário,

Andando pelos bosques do Olimpo, reencontrei a ninfa Rosane Volpatto que voltava de uma visita ao Mundo Encantado Wikipédia e, parando-a, pedi que me contasse uma das suas fabulosas histórias. Ela, imediatamente, começou a falar-me de Cibele, uma deusa da Frígia, designada por Mãe dos Deuses ou Grande Mãe. Disse Rosane que o grande Sófocles a chama de “A Mãe de Tudo”.
Também conhecida como Deusa dos mortos, da fertilidade, da vida selvagem, da agricultura, da Caçada Mística e, principalmente, do poder de fertilidade da natureza, seu culto começou na Ásia Menor e espalhou-se por diversos territórios gregos, mantendo a popularidade até os romanos, que lhe edificaram um templo no Palatino, tendo, para isso, mandado vir de Pessinunte, em 240 a.C., uma pedra negra que a simbolizava. Segundo os gregos, contudo, esta deusa seria apenas uma encarnação de Reia, adorada no monte Cíbele, na Frígia. Ela possui seus próprios Mistérios sagrados, do mesmo modo que as deusas Perséfone e Deméter.
O culto a Cibele tornou-se tão popular que o senado romano, a despeito de sua política permanente de tolerância religiosa, se viu obrigado, em defesa do próprio Estado, a por cabo à observância dos rituais da deusa-mãe. Tal culto incluía manifestações orgíacas, como era próprio dos deuses relacionados com a fertilidade, celebrados pelos Curetes ou Coribantes.
Cibele é representada, frequentemente, com uma coroa de torres, com leões por perto ou num carro puxado por estes animais e está relacionada com a lenda grega de Agdístis e Átis, esse último um deus lunar que usava a lua crescente como uma coroa de uma maneira muito própria, sendo tanto filho como amante de sua mãe Cibele, também conhecida como deusa da Lua.
O Mito de Átis relata que ele estava para se casar com a filha de um rei, quando sua mãe, estando apaixonada por ele, tornou-o louco. Átis, na loucura, ou no êxtase, castrou-se diante de Cibele, causando muita tristeza à Grande Deusa. O pranto de Cibele por Átis lembra a tristeza de Istar por Tamuz e a de Afrodite por Adônis.
Não sei, diário amigo, se me sinto inebriado com história tão fascinante ou se me entrego mais uma vez às crises existenciais, as quais levam-me constantemente ao psicanalista.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

CERES, A DEUSA-MÃE DA TERRA


Diário amado,

Dentre as fabulosas histórias que tenho para contar-lhe, a de Ceres, deusa-mãe da Terra, é uma das mais interessantes. Ceres é o nome romano dado à deusa grega Demeter. Para os gregos, Ceres era a deusa mãe da Terra.
Seduzida por Zeus, ela teve uma filha, Perséfone, que cresceu alegremente entre as outras filhas de Zeus. Mas sendo extremamente atraente e bela, seu tio Hades se apaixonou por ela. Um dia, enquanto Perséfone estava colhendo flores, o chão se abriu, Hades apareceu e arrastou-a para o Inferno. Perséfone gritou enquanto isto acontecia, mas, embora ouvindo-a gritar, quando Ceres chegou ao local não havia mais sinal dela.
Por nove dias e nove noites Ceres vagou pelo mundo com uma tocha acesa em ambas as mãos procurando a sua adorada filha. Somente no décimo dia ela encontrou Helios, que vê tudo, e que foi capaz de dizer a ela o que tinha realmente acontecido. Ceres então decidiu abandonar a sua condição divina até que sua filha retornasse.O exílio que Ceres impôs a si mesma de sua condição divina fez a Terra se tornar estéril, de modo que Zeus ordenou a Hades que devolvesse Perséfone à sua mãe. Só que isto não era mais possível, pois durante a sua estadia no Inferno de Hades, Perséfone havia comido uma semente de romã, o que a ligava para sempre a Hades. Foi obtido então um acordo segundo o qual Ceres retornaria ao Monte Olimpus e Perséfone dividiria o ano em duas partes: metade com a sua mãe e a outra metade no Inferno. Esta é a razão pela qual quando Perséfone deixa o Inferno para estar com a sua mãe a Terra floresce, trazendo a Primavera e o Verão aos mortais como um sinal da alegria de ambas as divindades. Quando chega o momento de Perséfone deixar sua mãe para ir ao Inferno, o Outono e o Inverno cobrem a Terra em sinal de profunda tristeza.
Essa história deixou-me encantado, em estado de êxtase, principalmente pelo nascimento de Perséfone (minha meia-irmã), uma linda e encantadora deusa (que Psiquê não leia suas páginas, diário querido!...).
Até mais tarde, amigo diário!... Voltarei em breve para dar-lhe notícias de Perséfone.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

UM POUCO SOBRE ANDRÔMEDA


Diário amigo,

Hoje tomei conhecimento de um episódio que me deixou ainda mais desnorteado e confuso a respeito do amor que os pais sentem pelos seus filho, episódio este provocado pela vaidade de uma rainha e que envolve Andrômeda, filha do rei Cepheus e da rainha em questão, Cassiopéia da Etiópia.
Cassiopéia era uma mulher excessivamente presunçosa que ousou se vangloriar de que ela era ainda mais bonita do que as Nereidas, um grupo de 50 ninfas do mar de extraordinária beleza. As Nereidas ficaram tão ofendidas pela arrogância da vaidosa rainha que imploraram a Posseidon que a punisse. Em resposta ao apelo das Nereidas, Poseidon enviou o monstro do mar Cetus para devastar a Etiópia. Quando o rei Cepheus perguntou ao oráculo em Ammon o que ele devia fazer para acalmar a ira do deus, lhe foi dito que ele deveria dar sua belíssima filha virgem em sacrifício ao monstro do mar. Deste modo, ele acorrentou Andrômeda a um rochedo na costa do Mediterrâneo, em Jaffa, onde hoje está a cidade de Tel Aviv, Israel, à espera da aproximação do monstro.
Felizmente, amado diário, a vida de Andrômeda foi salva por Perseus, que matou o monstro e pediu a mão dela em casamento, proporcionando um dos poucos finais felizes às histórias do Olimpo.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

DIONE, A DEUSA DAS NINFAS


Diário amigo,

Dando continuidade às minhas origens, hoje resolvi registrar aqui a história da minha avó Dione, a deusa das ninfas, filha de Urano e de Tálassa, que nasceu quando o sêmen de Urano caiu no mar e fecundou Tálassa. Ela foi amada por Zeus, de quem teve Afrodite (minha mãe), a deusa do amor, da sedução e da beleza. Algumas versões dão como pais dela Oceano e Tétis (Titânide), o que a integraria às oceânides; quando uma dessas versões é aplicada, Afrodite é que passa a ser filha de Tálassa com Urano.
Indiferentemente da versão, Diône foi amante de Tântalo, de quem teve Níobe e Pélope, mas o abandonou quando soube que ele havia matado Pélope. O nome Dione é igualmente formado com base em Diós, genitivo singular de Dzeus (Zeus). Assim, podemos entender que Dione é "a brilhante, a luminosa", já que Zeus quer dizer "luz, claridade, brilho". Foi cognominada Dionéa.
Pois é, amado diário, meu psicanalista acha difícil minha recuperação, pois a cada vasculhada que dou na minha árvore genealógica descubro coisas que dão para “pirar” qualquer cabeça, principalmente quando se é ainda muito jovem como a minha.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

ÍSIS, A DEUSA EGÍPCIA DO AMOR E DA MÁGICA
(Wikipedia)

Amigo diário,

Conversando com meu psicanalista, ele falou-me que os casos de incesto não são exclusividade do Olimpo. Segundo ele, essa prática sempre existiu e sempre existirá entre os deuses, sejam eles gregos, romanos, egípcios, nórdicos ou de qualquer outra divindade. Para exemplicar a sua fala, ele contou-me um pouco a história de Ísis, que ajudou a procurar o corpo de Osíris, seu irmão e marido. Ele tinha sido despedaçado por Set, também irmão de Ísis, a deusa do amor e da mágica, que mais tarde tornara-se a deusa-mãe do Egito.
Disse-me o psicanalista que quando Osíris herdou o poder no Egito, Ísis trabalhou junto com ele para civilizar o Vale do Nilo, ensinando a costurar e a curar os doentes e introduzindo o conceito do casamento. Ela conhecia uma felicidade perfeita e governava as duas terras, o Alto e o Baixo Egito, com sabedoria, enquanto Osíris viajava pelo mundo difundindo a civilização. Até que Set o convidou para um banquete. Tratava-se uma cilada, pois Set estava decidido a assassinar o rei para ocupar o seu lugar.
Set apresentou um caixão de proporções excepcionais, assegurando que recompensaria generosamente quem nele coubesse. Imprudente, Osíris aceitou o desafio, permitindo que Set e os seus acólitos pregassem a tampa e o tornassem escravo da morte.
Cometido o crime, Set, que cobiçava ocupar o trono de seu irmão, lança a urna ao Nilo para que o rio a conduzisse até o mar, onde se perderia.
Algum tempo depois, a urna atingiu finalmente uma praia perto da Babilônia, na costa do Líbano, enlaçando-se nas raízes de um jovem tamarindo, e com o seu crescimento a urna ascendeu pelo mesmo se prendendo no interior do seu tronco, fazendo a árvore alcançar o clímax da sua beleza, que atraiu a atenção do rei desse país, que ordenou ao seu séquito que o tamarindo fosse derrubado, com o proposito de ser utilizado como pilar na sua casa.
Quando Ísis descobriu o ocorrido, afastou todo o desespero que a assombrava e resolveu procurar o seu marido a fim de lhe restituir o sopro da vida. Assim, cortou uma madeixa do seu cabelo e a escondeu sob as roupas, peregrinando por todo o Egito na busca do seu amado.
Enquanto isso, Ísis prosseguia na sua busca pelo cadáver de seu marido, e ao escutar as histórias sobre esta árvore, tomou de imediato a resolução de ir à Babilônia, na esperança de ultimar enfim a sua odisséia. Ao chegar ao seu destino, Ísis sentou-se perto de um poço, ostentando um disfarce humilde e brindou os transeuntes que por ela passavam com um rosto lindo e cheio de lágrimas.
Tal era a sua beleza e sua triste condição que logo se espalharam boatos que chegaram ao rei da Babilônia, que, intrigado, a chamou para conhecer o motivo de seu desespero. Diante do monarca, Ísis solicitou que lhe fosse permitido entrelaçar os seus cabelos. Uma vez que o regente ficou perplexo pela sua beleza, não se importou com isso, assim Ísis incensou as tranças que espalharam o perfume exalado por seu ástreo corpo fazendo a rainha da Babilônia ficar enfeitiçada pelo irresistível aroma que seus cabelos emanavam. Literalmente inebriada por tão doce perfume dos céus, a rainha ordenou então a Ísis que a acompanhasse. Assim, a deusa conseguiu entrar na parte íntima do palácio do rei da Babilônia e conquistou o privilégio de tornar-se a ama do filho recém-nascido do casal régio, a quem amamentava com seu dedo, pois era proíbido a Isis ceder um dos seios, pois o leite dela prejudicaria a criança.
Se apegando à criança, Ísis desejou conceder-lhe a imortalidade, para isso, todas as noites a queimava no fogo divino para que as suas partes mortais ardessem no esquecimento. Certa noite, durante o ritual, ela tomou a forma de uma andorinha a fim de cantar as suas lamentações. Maravilhada, a rainha seguiu a melopéia que escutava, entrando no quarto do filho, onde se deparou com um ritual aparentemente hediondo. De forma a tranqüilizá-la, Ísis revelou-lhe a sua verdadeira identidade e terminou o ritual, mesmo sabendo que dessa forma estaria a privar o pequeno príncipe da mortalidade que tanto desejava oferecer-lhe.
Observando que a rainha a contemplava, Ísis aventurou-se a confidenciar-lhe o incidente que a fez visitar a Babilónia, conquistando assim a confiança e benevolência da rainha, que prontamente lhe cedeu a urna que continha os restos mortais de seu marido. Dominada por uma imensa felicidade, Ísis apressou-se a retirá-la do interior do pilar. Porém, o fez de forma tão brusca, que os escombros atingiram, mortalmente, o pequeno príncipe.
Com a urna, Ísis regressou ao Egito, onde a abriu, ocultando-a, nas margens do Delta. Numa noite, quando Ísis a deixou sem vigilância, Set descobriu-a e apoderou-se, uma vez mais dela, com o intento de retirar do seu interior o corpo do irmão e cortá-lo em 14 pedaços e, depois, arremessá-los ao Nilo.
Ao tomar conhecimento do ocorrido, Ísis reuniu-se com a sua irmã Néftis, que também não tolerava a conduta de Set, embora este fosse seu marido, e, juntas, recuperaram todos os fragmentos do cadáver de Osíris, à exceção do seu sexo, que fora comido por um peixe... Pobre Ísis!
A deusa invocou então todos os templos e todas as cidades do país, para que estes se juntassem à sua dor e fizessem a alma de Osíris retornar do Além. Uma vez que todos os seus esforços revelavam-se vãos. Ísis assumiu então a forma de um falcão, cujo esvoaçar restituiu o sopro de vida ao defunto, oferecendo-lhe o apanágio da ressurreição. Em seguida, Ísis amou Osíris, mantendo-o vivo por magia, tempo suficiente para que este a engravidasse.
Uma longa e maravilhosa história, diário querido, porém minha hora com o psicanalista terminou e tive que sair sem ouvir o seu fim, infelizmente, pois estava apaixonando-me pela história da deusa Ísis.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

PIGMALIÃO E GALATÉIA

Meu fraterno diário,

Hoje voltei ao mundo encantado da ninfa Flávia Silva, o Wordpress. Lá chegando, encontrei-a. Fiquei horas e horas conversando com ela, que contou-me a história fabulosa de Pigmalião, um escultor que via tantos defeitos nas mulheres que começou a abominá-las. Um certo dia ele esculpiu uma estátua tão linda que se apaixonou por ela. Pigmalião ficava horas com a estátua, apalpava-a para verificar se estava viva, e dava presentes que toda mulher do mundo sempre sonhou. Pigmalião orou a Vênus, que, compadecida, deu vida à estátua, chamando-a de Galatéia. com quem o escultor teve um filho, Pafo, que mais tarde dera nome à cidade sagrada de Afrodite..
Após despedir-me de Flavinha, tomei o rumo de casa. Enquanto percorria os bosques do Olimpo, pensava na história de Pigmalião e Galatéia. Daí, veio-me à memória: Galatéia era uma das ninfas imortais do mar, ou seja, uma divindade marítima.
Filha de Nereu e Dóris, essa nereida, cujo nome significa donzela branca, vivia nas costas da Sicília. Passava seu tempo brincando nas ondas do mar. Um dia a jovem foi vista por Polifemo, que se apaixonou por ela. Este era um dos temíveis e monstruosos cíclopes, gigantes de um só olho, que habitavam aquela ilha. Galatéia, porém, era enamorada do belo Ácis, filho do deus Pã e de uma ninfa. Um dia, quando a nereida repousava com seu amante junto ao mar, ambos foram vistos por Polifemo. Este perseguiu Ácis e terminou por esmagá-lo com uma enorme rocha. Galatéia reviveu seu amado convertendo-o em um rio de águas límpidas (o rio Ácis ou Ácio), apelando para a mãe deste, uma ninfa dos rios. Em seguida, lançou-se ao mar, indo viver nas ondas que tocam as areias com suas espumas brancas, sem retornar à terra.
É, diário amigo, talvez Afrodite e todas as divindades femininas do Olimpo e do Éden tenham rido muitas vezes ao verem Pigmaleão, que outrora tinha desprezado as mulheres, transformar-se em um servo devoto da mulher modelada originalmente por suas próprias mãos.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

AS NOVE MUSAS

Meu diário amigo,
Quando aqui estive pela última vez, vindo do psicanalista, expliquei-lhe qual o significado da expressão “ninfa”. Hoje, volto às suas páginas para explicar o que são as “musas” e como surgiram.
Num dos meus passeios ao mundo virtual-fantástico Wikipédia, descobri que, na Grécia, as musas eram filhas de Mnemósine e Zeus.
Após a vitória dos deuses do Olimpo sobre os seis filhos de Urano, conhecidos como titãs, foi solicitado a Zeus que se criassem divindades capazes de cantar a vitória e perpetuar a glória dos Olímpicos. Zeus então partilhou o leito com Mnemósine (a deusa da memória) durante nove noites consecutivas e, um ano depois, Mnemósine deu à luz nove filhas em um lugar próximo ao monte Olimpo. Criou-as ali o caçador Croto, que depois da morte foi transportado, pelo céu, até a constelação de Sagitário. As musas cantavam o presente, o passado e o futuro, acompanhadas pela lira de Apolo, para deleite das divindades do panteão. Eram, originalmente, ninfas dos rios e lagos. Seu culto era originário da Trácia ou em Pieria, região a leste do Olimpo, de cujas encostas escarpadas desciam vários córregos produzindo sons que sugeriam uma música natural, levando a crer que a montanha era habitada por deusas amantes da música. Nos primórdios, eram apenas deusas da música, formando um maravilhoso coro feminino. Posteriormente, suas funções e atributos se diversificaram.

Fiquei sabendo ainda que suas moradas, normalmente situadas próximas à fontes e riachos, ficavam na Pieria, leste do Olimpo (musas pierias), no monte Helicon, na Beocia (musas beocias) e no monte Parnaso, em Delfos (musas délficas). Nesses locais dançavam e cantavam, acompanhadas muitas vezes de Apolo Musagetes (líder das musas - epíteto de Apolo). Eram bastante zelosas de sua honra e puniam os mortais que ousassem presumir igualdade com elas na arte da música. O coro das musas tornou o seu lugar de nascimento um santuário e um local de danças especiais.
Dizem ainda os escritos do mundo virtual-fantástico Wikipedia que elas também freqüentavam o Monte Hélicon, onde duas fontes, Aganipe e Hipocrene, tinham a virtude de conferir inspiração poética a quem bebesse suas águas. Ao lado das fontes, faziam graciosos movimentos de uma dança, com seus pés incansáveis, enquanto exibiam a harmonia de suas vozes cristalinas.
São essas e outras fantásticas histórias, amigo diário, que encantam e fascinam trovadores e poetas cuja sensibilidade vive à flor da pele, e dentre estes, cito Joésio Menezes, poeta amador que vive a exaltar as musas e os seus infinitos encantos.


quinta-feira, 23 de outubro de 2008

NINFAS, PERSONIFICAÇÕES DA GRAÇA CRIATIVA E FECUNDADORA NA NATUREZA
(Wikipedia)

Meu adorável diário,
Quando venho a ti registrar o meu dia-a-dia, sempre menciono aqui a expressão “ninfa”, porém nunca te expliquei o significado desse termo.
Na mitologia grega, ninfas são qualquer membro de uma grande categoria de deusa-espíritos naturais femininos, às vezes ligados a um local ou objeto particular. São espíritos, geralmente alados, habitantes dos lagos e riachos, bosques, florestas, prados e montanhas; e, freqüentemente, associados a deuses e deusas maiores, como a caçadora Ártemis, ao aspecto profético de Apolo, ao deus das árvores e da loucura Dionísio, ao aspecto pastoreador de Hermes.
Apesar de serem consideradas divindades menores, espíritos da natureza, as ninfas são divindades às quais todo o mundo Helénico presta grande devoção e homenagem, e mesmo temor. Não podemos esquecer que, de acordo com a mitologia grega, Hérmia é a rainha das fadas e ninfas.
As Ninfas aparecem muitas vezes como auxiliares de outras divindades, como são exemplo as ninfas de Circe, ou como ajudantes de certos deuses, particularmente Ártemis, ou mesmo de outras Ninfas de maior estatuto como Calipso. Elas também aparecem bastante em lendas onde o amor é o motivo central, como nas histórias de Eco e Calisto, e ainda onde o papel de mulher de um herói é de certa maneira tema recorrente, como são exemplos a lenda de Aegina e Aeacus ou a da Ninfa Taygete.
Há ainda, diário querido, uma outra classe de ninfas: a daquelas que residem fora do Olimpo, mais precisamente sob o olhar atento dos querubins e dos mortais-poetas. Uma dessas divindades menores é a exuberante Inês Hott, a responsável por muitos dos versos escritos pelo poeta Joésio Menezes, alguns dos quais transcrevo abaixo:
NINFA
(Joésio Menezes)

Imagino a torpe humanidade
Navegando sobre as águas da paz
Em busca da ninfa que nos dá felicidade
Sempre que ao nosso lado presente se faz...

Hoje, essa fabulosa divindade
Ostenta nos olhos timidez voraz,
Traz no riso ares de ambigüidade;
Talvez mostrando-nos do que ela é capaz.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008


LILITH, A DEUSA DA NOITE


Meu amigo e confidente diário,

Quando retornava eu do psicanalista, encontrei a ninfa Rosane Volpatto (freqüentadora assídua dos jardins do Éden) passeando absortamente pelo bosque. Aproximei-me dela e fui logo perguntando “que bons ventos traziam-na” ao Olimpo. Ela então me respondeu que nos fora enviada para contar-nos as desventuras de Lilith, supostamente a primeira esposa de Adão, primeiro habitante do Éden. Ela contou-me uma das versões sobre a Criação de Lilith: disse-me que, segunda a mitologia Hebréia, Yahvé fez Lilith à imagem e semelhança de Adão. Porém, no lugar de usar terra limpa, tomou a sujeira e sedimentos impuros da terra e deles formou uma mulher. E como era de se esperar, essa criatura resultou ser um espírito maligno (inacreditável em se tratando de mulher!).
Lilith se converteu, a posteriori, na primeira esposa de Adão, cuja presença original nunca terminou de eliminar-se totalmente do seu segundo matrimônio. A lenda tacha de insubordinação a atitude de Lilith, pois ela se negara a aceitar seu "lugar apropriado" que, aparentemente, era permanecer debaixo de Adão durante a relação sexual. Questionava ela o porquê de ficar por baixo dele já que ambos foram criados de barro, sendo, portanto, semelhantes. Adão por sua vez não teve argumentos convincentes para contestar a pergunta, de maneira que, ao pronunciar o nome mágico de Deus, Lilith se foi voando pelos ares até o Mar Vermelho. Ali dá à luz a mais de 100 demônios por dia.
Insatisfeito com a situação, Adão fala de sua esposa a Yahvé, que imediatamente enviou à sua procura três anjos: Senoi, Sansenoi e Samanglof. Eles a encontraram às margens do Mar Vermelho, onde mais tarde as tropas egípcias seriam engolidas por ordem de Moisés.
Como era de se esperar, Lilith se negou a voltar a ocupar seu lugar junto de Adão e fez ameaças dizendo que possuía poder de matar crianças. Então os anjos tentaram afogá-la no Mar Vermelho, porém Lilith advogou em causa própria e salvou sua vida com a condição de jamais causar dano a uma criança recém-nascida de onde viera seu nome escrito.
Finalmente Yahvé deu a Lilith, Sammael (Satã), e ela foi a primeira das quatro esposas do diabo e a perseguidora dos recém-nascidos.
Mas a ordem divina se converteu no centro de todas as fantasias de terror que provoca a sensação de indefesa, ou seja, Lilith poderia aparecer em qualquer momento da noite para levar uma criança, aterrorizando os pais dos pequenos. Podia também possuir um homem durante o sono. Esse constataria que havia caído debaixo de seu poder se encontrasse restos de sêmen ao despertar. É difícil evitar a conclusão de que Lilith se converteu em uma imagem de desejo sexual não reconhecido, reprimido e projetado sobre a mulher, que se converte em sedutora.
Continuou dizendo a ninfa Rosane que, em Gênesis, o mito estabelece que é a infração do mandamento de Yahvé (e não a sexualidade) a causa da expulsão do Paraíso à condição humana; e o conhecimento do bem e do mal, que alcançaram através da desobediência, tampouco se pode explicar em termos de conhecimento sexual. No entanto, tanto a desobediência como o conhecimento se associaram à sexualidade porque a primeira coisa que Adão e Eva "viram" quando "seus olhos se abriram" foi que estavam nus. Antes disso, andavam nus e sem vergonha.
A nudez, portanto, se converteu em sexualidade pecaminosa, especialmente quando a serpente fálica entra na especulação teológica. Em certas ocasiões a serpente era identificada como Lilith e se desenhava a serpente com um corpo de mulher, interpretando-se que a dita criatura era Lilith. Outras vezes a serpente tinha um rosto como o de Eva. Por esta razão, uma percepção da sexualidade como algo "não divino", invade as lendas de Lilith como aspecto escuro de Eva.
Cuidadosamente apagada da Bíblia cristã, Lilith permanece como símbolo de rebelião à repressão do feminino, na psique e na sociedade.
A ninfa Rosane Volpatto finaliza dizendo que tanto na literatura ortodoxa como na apócrifa, a sombra de Lilith seguiu cercando as mulheres até o século XV d.C. Nessa época, e utilizando as mesmas imagens incorporadas em Lilith, milhares delas foram acusadas de copular com o demônio, matar crianças e seduzir homens, ou seja, de serem bruxas. Segundo a ninfa, Lilith é o arquétipo da mulher indomada que luta apaixonadamente pelo poder pessoal, e suas características são: o destemor, a força, o entusiasmo e o individualismo; além de ser atividade e exuberância emocional.
Recuso-me a acreditar, querido diário, que uma mulher tão linda como a Lilith tenha se tornado um ser de espírito maligno, como bem relatou a ninfa Rosane.
Acredito que esse tal Adão não tenha dado a ela o seu devido e merecido valor, e talvez esteja aí o motivo de tamanha "insubordinação"!...

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

AS PAIXÕES DE ZEUS
(Wikipedia)

Querido diário,
Dando prosseguimento às aventuras amorosas de Zeus, resolvi falar hoje das suas outras paixões: suas amantes, que, junto com seus filhos, eram odiadas e perseguidas por Hera. Mas como são muitas, registro aqui somente algumas:

Europa era uma princesa, filha de Aginor e Telefasa. Os deuses do Olimpo conheciam a sua beleza e tentavam raptá-la sem êxito. Foi então que Zeus se apaixonou por ela. Ao vê-la jogando com as suas amigas na praia de Sidon, Zeus ficou maravilhado. Tanto era o seu amor por ela que para se aproximar de Europa sabia que esta o podia recusar se se apresentasse naturalmente. Zeus decide transformar-se num belo touro para raptá-la. Ele adquire a forma de um touro branco, de feições nobres, com cornos parecidos ao crescente lunar, os quais não infundiam medo algum. Saiu do rebanho e aproximou-se do grupo das jovens, prostrando-se aos pés de Europa. Primeiro, a jovem assustou-se, mas rapidamente foi ganhando confiança. Optou por acariciar a cabeça do maravilhoso animal, colocando-lhe umas grinaldas de flores que as raparigas entrelaçavam entre os cornos. Europa decide então sentar-se em cima do animal, tão confiante e alheia do que a esperava. O touro beijou os pés da jovem, enquanto as suas amigas a adornavam. Zeus decidiu continuar o seu plano. O animal ergueu-se e sem demora lançou-se ao mar levando consigo Europa no seu dorso. Em vão Europa gritava, suplicando, mas o touro nadava furiosamente, afastando-se da costa. Da união de Zeus e Europa nasceram três filhos: o valente Sarpidon, o justo Radamantes e o legendário Minos, rei de Creta, de cuja família nascerá posteriormente o Minotauro, monstro com cabeça de touro e corpo humano.
Dânae, princesa de Argos, é filha do rei Acrísio, que, desapontado por não ter herdeiros masculinos, procura um oráculo. Este respondeu-lhe que mesmo se fosse até o fim da Terra seria morto por um seu descendente, filho de Dânae. A princesa era virgem ainda e, para que jamais tivesse um filho, o rei aprisionou-a numa torre de bronze, a qual manteve constantemente vigiada por seus guardas mais valorosos. Pretendia, assim, evitar que ela lhe desse um herdeiro, seu futuro assassino. Apesar de todos esses cuidados, Zeus, tomado de amores pela jovem e bela princesa, transmuta-se numa chuva de ouro, forma na qual tem relações com Dânae. E assim foi gerado Perseu. Tomando ciência do ocorrido, ordenou que fossem mãe e filho lançados ao mar, dentro de uma caixa de madeira. Foi a solução encontrada para que não atraísse contra si a ira do deus, matando-lhe um filho: as águas dariam cabo deles. Mas o destino não favoreceu Acrísio: a pedido de Zeus, Poseidon acalmou os mares, e ambos sobreviveram.
Alcmena era a Esposa do rei Anfitrião, de Tebas. Enquanto o seu marido estava lutando numa guerra, Zeus tomou a sua forma para enganar Alcmena, tendo com ela seu filho Hércules.
Leda era esposa do rei Tíndaro, de Esparta. Certa vez, Zeus transformou-se em um cisne e seduziu-a. Dessa união, Leda chocou dois ovos, e deles nasceram Clitemnestra, Helena, Castor e Pólux. Helena e Pólux eram filhos de Zeus, mas Castor e Clitemnestra eram filhos de Tíndaro.
Calisto foi seduzida por Zeus em disfarce de Ártemis. Calisto provocava ciúme em Hera, pois sua beleza cativara seu marido, Zeus. Hera então castigou-a transformando-a num urso. Calisto, no entanto, tentava ao máximo lutar contra seu destino mantendo-se o mais ereta possível, tentando assim conquistar a piedade dos deuses. Mas a indiferença de Zeus a fazia crer ser este deus cruel, apesar de nada poder dizer, pois agora só sabia rugir. Sua vida agora era de medo. Tinha medo dos caçadores que rodeavam sua antiga casa, pois tinha sido ela também uma caçadora. Temia as noites que passava sozinha. Temia as feras, mesmo que agora ela mesma fosse uma. Um dia, no entanto, em uma de suas caminhadas pelo bosque, reconheceu seu filho, Arcas, agora um homem, um caçador. Calisto, mesmo assim, quis abraçá-lo e ao aproximar-se provocou o medo do filho que lhe ergueu a lança e quando estava para deferir o golpe, Zeus, compadecido com o trágico acontecimento que estava por vir, afastou os dois colocando-os no céu. Calisto transformou-se na Ursa Maior.

A beleza de Io despertou a paixão de Zeus, que para cortejá-la cobriu o mundo com um manto de nuvens escuras, escondendo seus atos da visão de Hera. A estratégia falhou e a deusa, desconfiada, desceu do monte Olimpo para averiguar o que estava acontecendo. Numa vã tentativa de iludir sua esposa ciumenta, Zeus transformou sua amante em uma belíssima novilha branca. Intrigada pelo interesse do marido no animal e maravilhada com a beleza do mesmo, Hera exigiu a novilha para si e a pôs sob a guarda do gigante Argos Panoptes. Argos quando dormia mantinha abertos cinqüenta de seus cem olhos. Zeus encarregou Hermes de libertar sua amada. Para tanto, o mensageiro dos deuses, usando a flauta de Pã, pôs para dormir os olhos despertos de Argos, enquanto os outros cinqüenta dormiam um sono natural, e cortou sua cabeça. Hera recolheu os olhos de seu servo e os pôs na cauda do pavão, animal consagrado a ela. Io estava livre do cativeiro, mas não dos tormentos de Hera. O fantasma de Argos continuava a persegui-la. Para piorar sua situação, a deusa enviou um moscardo para picar a novilha constantemente durante sua fuga.
Antíope era o nome da filha do deus-rio beócio Asopo. Sua beleza atraiu Zeus que, assumindo a forma de um sátiro, a tomou à força. Após isso, ela foi carregada por Epopeu, rei de Sicião, que não a dava até obrigada por seu tio Lico. No caminho para casa ela deu à luz, na cercania de Eleutera no monte Citerão, aos gêmeos Anfião e Zeto, de que Anfião era o filho do Zeus, e Zeto o filho de Epopeu. Ambos foram deixados para serem trazidos por pastores. Em Tebas, Antíope agora experimentava da perseguição de Dirce, a esposa de Lico, mas enfim escapou rumo a Eleutera, e lá encontrou abrigo, intencionalmente, na casa onde seus dois filhos foram criados como pastores.
Sêmele também teve amores com Zeus, a quem pediu para mostrar todo o seu esplendor, quando estava grávida de Baco. Morreu fulminada quando Zeus se lhe apresentou com todo o seu poder e glória. Zeus então retirou do seu ventre Dionísio e o pôs em sua coxa, onde terminou de gerá-lo.

Surpreso, diário amigo?... Então espere que ainda tem mais!... Não foram só as mulheres que despertaram o amor do deus supremo do Olimpo. Em meio às suas grandes paixões, há uma do sexo masculino: Ganímedes (ou Ganimedes), príncipe de Tróia. Ao vê-lo, Zeus apaixonou-se por sua beleza, disfarçou-se de águia e o raptou para torná-lo copeiro do Olimpo.
É, meu amado diário, talvez agora você entenda o porquê das minhas constantes visitas ao psicanalista!...

terça-feira, 7 de outubro de 2008

OS CASAMENTOS DE ZEUS
(Wikipedia)

Diário amigo,

Como eu disse anteriormente, Zeus era um polígamo convicto e colecionou esposas das mais diversas divindades (deusas e mortais), dentre elas, Métis, Têmis e Hera.
Primeiro, ele casou-se com Métis, a deusa da prudência, filha de Tétis e Oceanus. Quando Métis estava grávida de Atena, Gaia profetizou que este filho iria destronar seu pai Zeus, como havia acontecido com Cronos e com Urano, e que isso era um ciclo eterno.
Zeus, temendo que isto acontecesse, montou uma armadilha: fez uma brincadeira com Métis, no qual eles se metamorfoseavam. Métis não foi prudente e aceitou. Em algum momento Métis se metamorfoseou em uma mosca e foi engolida viva por Zeus. Isso de nada adiantou, pois depois a cabeça dele cresceria assustadoramente e Atena nasceria adulta da cabeça de Zeus, a profecia de Gaia estava errada.

A segunda esposa de Zeus foi Têmis, uma titã, deusa da justiça. As Moiras levaram Têmis até Zeus para se tornar sua segunda esposa, e as Moiras profetizaram que Zeus teria muito a aprender com Têmis, que era tão sábia quanto Métis. Foi ela que temperou o poder de Zeus com muita sabedoria e com seu profundo respeito pelas leis naturais.
Entretanto, o casamento do dois não foi de total doce harmonia, pois embora transitasse sabedoria entre eles, os ditames de um e do outro, sempre tinham um preço muito elevado, pois nada possui solução definitiva. Assim, o matrimônio com Têmis foi desfeito e Zeus casou-se, finalmente, com sua irmã Hera.
Apesar de casado com Hera, Zeus tinha inúmeras amantes (as paixões de Zeus). Usava dos mais diferentes artifícios de sedução, como a metamorfose em qualquer objeto ou criatura viva, sendo dois dos mais famosos o cisne de Leda e o touro de Europa. Assim sendo, teve muitos filhos ilegítimos com deusas e mortais, que se tornaram proeminentes na mitologia grega; Heracles e Helena, por exemplo.



Hera, sua irmã-esposa, retratada como ciumenta e agressiva, odiava e perseguia as amantes de Zeus e os filhos de tais relacionamentos, tanto que tentou matar Hércules quando este era apenas um bebê. O único filho de Zeus que ela não odiava, antes gostava, era Hermes e sua mãe Maia, porque ficou surpresa com a sua inteligência. Possuía sete templos na Grécia. Mostrava apenas seus olhos aos mortais e usava uma pena do seu pássaro para marcar os locais que protegia. Hércules destruiu seus sete templos e, antes de terminar sua vida mortal, aprisionou-a em um jarro de barro que entregou a Zeus. Depois disso, ele foi aceito como deus do Olimpo. Ela era muito vaidosa e sempre quis ser mais bonita que Afrodite sua maior inimiga.
E por falar em filhos, cabe mencionar aqui, também, a prole que ele espalhou pelo Olimpo. Com Hera, Zeus foi pai de Hefesto (deus do fogo), Hebe (deusa da juventude), Ares (deus da guerra) e Ilítia (deusa dos partos). Antes de desposar Hera, foi pai de Atena, com sua primeira esposa Métis; e com sua irmã Deméter teve Perséfone.
Aliás, diário querido, além das esposas mencionadas acima, Zeus desposou, também, a minha mãe, Afrodite. Mas esta é uma outra história que não convém contá-la agora.

sábado, 4 de outubro de 2008


ZEUS, O SENHOR DO OLIMPO
(Wikipédia)

Meu diário confidente,
Eu não poderia deixar de falar dele, o principal responsável pelas minhas idas e vindas ao psicanalista, o polígamo e incestuoso Zeus, o meu progenitor.
Filho mais novo dos titãs Cronos e Réia, Zeus é o deus do céu e da Terra, senhor do Olimpo, deus supremo também conhecido pelo nome romano de Júpiter. Irmão de Posídon, Hades, Deméter, Héstia e Hera, deposou sua irmã Hera. É pai de diversos deuses, como Atena, Artemis, Apolo e Afrodite.
Contam por aí, diário amigo, que Zeus sempre foi considerado um deus do tempo, com raios, trovões, chuvas e tempestades atribuídas a ele. Mais tarde, ele foi associado à justiça e à lei, talvez por isso ela tenha se deixado levar pela soberba .
Durante muito tempo quem governou a Terra foi Urano (o Céu). Até que foi destronado por Cronos, filho de Urano e pai de Zeus. Então Urano profetizou que Cronos também seria destronado por um de seus filhos.
Cronos era casado com Réia, e quando seus filhos nasciam, ele os devorava. Assim aconteceu com Hera, Hades, Posídon, Héstia e Demeter. Quando nasceu o sexto filho, Réia decidiu salvá-lo com a ajuda de Gaia (a Terra), que desgostava Cronos porque ele aprisionou os Hecatônquiros no Tártaro, temendo seu poder, esses gigantes possuíam cem braços e cinquenta cabeças (Horripilante, não é mesmo, diário amigo?).
Gaia leva Réia para parir secretamente esse filho na Caverna de Dicte (em outras versões foi no Monte Ida) em Creta. Lá Reia dá seu filho que se chama Zeus (tesouro que reluz) aos cuidados de Gaia e das Ninfas da Floresta (em outras versões Zeus fica com os centauros), Zeus cresceu alimentado pela cabra Amalteia. Quando ela morreu, ele usou a sua pele para fazer um escudo conhecido por Égide. Logo Réia retorna ao Palácio de Cronos, local onde Réia e seu esposo viviam e enrola em panos uma pedra e começa a fingir um parto, depois dá ao seu marido esse embrulho e ele o engole achando ser o sexto filho.
Zeus disfarçou-se de viajante e deu a Cronos uma bebida que o fez vomitar todos os filhos que tinha devorado, agora adultos. Após libertar os irmãos, iniciou a guerra Titanomaquia. Cronos procurou seus irmãos para enfrentar os rebeldes, que reuniram-se no Olimpo. A guerra duraria 100 anos até que seguindo um conselho de Gaia, Zeus liberta os Hecatônquiros, então os deuses olímpicos venceram e aprisionaram os titãs no Tártaro (outros contadores de "causos" falam que os aprisionaram embaixo de montanhas). Então partilhou-se o universo, Zeus ficou com o céu e a Terra, Posídon ficou com os oceanos e Hades ficou com o mundo dos mortos.
Apesar dos pesares, querido amigo, Zeus "é o cara" e orgulho-me muito de ser seu filho.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

EOSTRE, DEUSA NÓRDICA DA FERTILIDADE E DO RENASCIMENTO


Meu amado diário,
Quando retornava eu do bosque, encontrei a ninfa Flávia Silva , que reside no longínquo mundo encantado Wordpress. Notei que ela estava angustiada.
Aproximei-me dela e perguntei se precisava de ajuda. Ela respondeu-me que estava à procura de uma tal Eostre. Quis saber, então, como era essa pessoa e ela respondeu-me que Eostre não é uma simples mortal. Ela é a deusa da fertilidade e do renascimento, na mitologia anglo-saxã, na mitologia nórdica e mitologia germânica. Disse-me ainda que a primavera, lebres e ovos coloridos eram os símbolos da fertilidade e renovação associados à deusa Eostre.
E continuou dizendo-me que de seus cultos pagãos originou-se a Páscoa (Easter, em inglês e Ostern, em alemão), que foi absorvida e misturada pelas comemorações judaico-cristãs. Os antigos povos nórdicos comemoravam o festival de Eostre no dia 30 de março. Eostre ou Ostera (no alemão mais antigo) significa a “Deusa da Aurora”. É uma Deusa anglo-saxã, teutônica, da primavera, da ressurreição e do renascimento. Ela deu nome ao Sabbat Pagão, que celebra o renascimento chamado de Ostara.
O nome Eostre ou Ostara (como também a deusa é chamada) tem origem anglo-saxã provinda do advérbio ostar que expressa algo como “Sol nascente” ou “Sol que se eleva”. Muitos lugares da Alemanha foram consagrados a ela, como Austerkopp (um rio em Walderck), Ostertube (uma caverna) e Astenburg.
Eostre era relacionada à aurora e posteriormente associada à luz crescente da primavera, momento em que trazia alegria e bênção à Terra. Por ser uma deusa um tanto obscura, pois muito do que se sabia sobre ela, acabou-se perdendo através dos tempos, e descrições, mitos e informações sobre Eostre são escassos.
Seu nome e funções têm relação com a deusa grega Eos (deusa do amanhecer). Alguns historiadores dizem que ela é meramente uma das várias formas de Frigg (deusa esposa de Odin), ou que seu nome seria um epíteto para representar Frigg em seu aspecto jovem e primaveril. Outros pesquisadores a associam a Astarte e Istar, devido às similaridades em seus respectivos festivais de primavera, funções e qualidades.
Flávia disse que, segundo as lendas, Eostre tinha uma especial afeição por crianças. Onde quer que ela fosse, elas a seguiam e a deusa adorava cantar e entretê-las com sua magia. Um dia, Eostre estava sentada em um jardim com crianças quando um amável pássaro voou sobre elas e pousou na mão da deusa. Ao dizer algumas palavras mágicas, o pássaro se transformou no animal favorito de Eostre, uma lebre. Isto encantou as crianças. Com o passar dos meses, elas repararam que a lebre não estava feliz com a transformação porque não podia cantar nem voar. As crianças pediram a Eostre que revertesse o encantamento. Ela tentou de todas as formas, mas não conseguiu desfazer o encanto. A magia já estava feita e nada poderia revertê-la. Eostre decidiu esperar até que o inverno chegasse, pois nesta época seu poder diminuía. Quem sabe quando a primavera retornasse e ela fosse de novo restituída de seus poderes, pudesse ao menos dar alguns momentos de alegria à lebre, transformando-a novamente em pássaro, nem que fosse por alguns instantes?
A lebre assim permaneceu até que, então, a primavera chegou. Nessa época os poderes de Eostre estavam em seu apogeu e ela pôde transformar a lebre em pássaro novamente, durante algum tempo. Agradecido, o pássaro botou ovos em homenagem a Eostre. Em celebração à sua liberdade e às crianças que tinham pedido a Eostre que lhe concedesse sua forma original, o pássaro, transformado em lebre novamente, pintou os ovos e os distribuiu pelo mundo.
Para lembrar às pessoas de seu ato tolo de interferr no livre-arbítrio de alguém, Eostre entalhou a figura de uma lebre na lua, que pode ser vista até hoje.
E continuou Flavinha dizendo que além de ser considerada a deusa da fertilidade plena e da primavera, Eostre é, também, a deusa da pureza, da juventude e da beleza. Flávia falou ainda que não são poucos os mitos que nos falam do ovo primordial, que teria sido chocado pela luz do Sol, dando, assim, vida a tudo o que existe.
Para finalizar, disse-me ela que, na época da primavera, era comum recolher o orvalho para banhar-se ritualisticamente. Acreditava-se que orvalho colhido nessa época, estava impregnado com as energias de purificação e juventude de Eostre, e, por isso, tinha a virtude de purificar e rejuvenescer.
Diário querido, não sei dizer-lhe ao certo se encantei-me com a história de Eostre ou com a pessoa que, pacientemente, descrevia-me a deusa. Mas de uma coisa tenho certeza: qualquer dia desses irei ao Mundo Encantado Wordpress visitar Flávia Silva, a minha mais recente amiga.


segunda-feira, 22 de setembro de 2008


AS GRAÇAS

Amado diário,

Dando prosseguimento às apresentações dos moradores do Olimpo, registro aqui algumas linhas a respeito daquelas que muitos suspiros provocaram: As Graças (Cárites na Mitologia Grega) são as deusas da dança, dos modos e da graça do amor, são seguidoras de Vênus (correspondente a deusa grega Afrodite, minha mãe) e dançarinas do Olimpo. Apesar de pouco relevantes na mitologia greco-romana, a partir do Renascimento as Graças se tornaram símbolo da idílica harmonia do mundo clássico. Graças, nome latino das Cárites gregas, eram as deusas da fertilidade, do encantamento, da beleza e da amizade. Ao que parece, seu culto se iniciou na Beócia, onde eram consideradas deusas da vegetação. O nome de cada uma delas varia nas diferentes lendas. Na Ilíada de Homero aparece uma só Cárite, esposa do deus Hefesto; no entanto, enumeram-se três. São elas:
Aglaia - a claridade;
Tália - a que faz brotar flores;
Eufrosina - o sentido da alegria;
Há várias versões a respeito da filiação das três Graças: algumas dizem que elas eram filhas do grande polígamo Zeus (meu pai) e Hera; outras, de Zeus e da deusa Eurínome.
Por sua condição de deusas da beleza, eram associadas a Afrodite, deusa do amor. Também se identificavam com as primitivas musas, em virtude de sua predileção pelas danças corais e pela música.
As danadinhas eram tão sensuais e encantadoras que nas primeiras representações plásticas elas apareciam vestidas. No entanto, devido ao poder de sedução que elas tinham sobre os “reles” mortais, mais tarde foram representadas como jovens desnudas, de mãos dadas; duas das Graças olham numa direção e a terceira, na direção oposta. Esse modelo, do qual se conserva um grupo escultórico da época helenística, foi o que se transferiu ao Renascimento e originou quadros célebres como "A primavera", de Botticelli, e "As três Graças", de Rubens, os quais não resistiram aos encantos libidinosos das meninas. Dizem, inclusive, as más línguas que eles morreram de paixão por elas.
Agora você entende, diário querido, o porquê das minhas idas e vindas constantes ao psicanalista!...

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

MINHA AMIGA ARIADNE

Amigo Diário,
Tão logo acertei o coração do poeta Joésio Menezes, saí correndo em direção aos jardins do Olimpo, pois lá eu tinha um encontro marcado com a minha amiga Ariadne, a filha de Minos, rei de Creta. Ariadne queria contar-me um segredo: apaixonara-se por Teseu quando este foi mandado a Creta, voluntariamente, como sacrifício ao Minotauro que habitava o labirinto construido por Dédalo e tão bem projetado que quem se aventurasse por ele não conseguiria mais sair e era devorado pelo Minotauro.
Teseu resolveu enfrentar o monstro. Foi ao renomado Oráculo de Delfos para descobrir se sairia vitorioso. O Oráculo lhe disse que deveria ser ajudado pelo amor para vencer o minotauro.
Ariadne, a filha do rei Minos (entre os mortais, filha de Eclep e Mércia), disse a Teseu que o ajudaria se este a levasse a Atenas para que ela se casasse com ele. Teseu reconheceu aí a única chance de vitória e aceitou. Ariadne deu-lhe, então, uma espada e um novelo de linha (Fio de Ariadne) para que ele pudesse achar o caminho de volta, desde que ficasse segurando uma das pontas. Teseu saiu vitorioso e partiu de volta à sua terra com Ariadne, embora o amor dele para com ela não fosse o mesmo que o dela por ele.
No caminho de volta, passaram na ilha de Naxos e aportaram para descansar. Porém, amado diário, assim que Ariadne adormeceu, veja só a "trairagem" de Teseu: ele abandonou-a na ilha e retornou sem ela, esquecendo-se de sua promessa.
Ao acordar, e vendo-se sozinha, minha pobre amiga desespera-se. Felizmente a deusa do amor, Afrodite, ao perceber seu desespero, tem pena de Ariadne e promete-lhe um amante imortal, em lugar do ingrato mortal que a enganara.
Naxos era a ilha preferida de Dionísio , filho de Zeus e Sêmele, onde foi deixado depois de ter sido capturado por marinheiros. Encontrando Ariadne em desespero, o atrevido e inconsolável Dionísio trata logo de consolá-la e logo a toma como esposa (que danadinha!). Ele dá-lhe uma linda coroa de ouro como presente de casamento, cravejada de pedras preciosas, que, a pedido dela, será atirada ao céu quando Ariadne morrer. Isso feito, sua forma será conservada, e ela se tornará uma constelação, repleta de estrelas (Corona Borealis) brilhantes, entre um Hércules ajoelhado e o Homem, que tem bem segura nas mãos a Serpente.
Diante desse ato de amor e coragem da bela e doce Ariadne, o poeta Joésio Menezes (aquele mesmo que ficara encantado com a Musa Inês!) escreveu-lhe também os seguintes versos:

ANJO IMACULADO
(Joésio Menezes)

És tu, ó meiga princesa,
Um amor de criatura,
Um poço de formosura,
Um símbolo de delicadeza.

Tens tu, ó sublime realeza,
Em teu riso a candura,
Em teus olhos a figura
Inconfundível da beleza.

Tens tu, ó deusa amada,
O encanto de uma fada,
A sensualidade de um fado.

És tu, ó linda flor,
Uma fonte de pudor,
Um anjo imaculado.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008


UMA CLONAGEM MITOLÓGICA

Diário amigo,

Numa dessas minhas andanças pelos bosques do Olimpo, encontrei uma Musa que passeava tranqüilamente exibindo sua beleza aos pequeninos colibris. Notei que as flores estavam enciumadas. Sem ser percebido, aproximei-me sorrateiramente por entre as árvores a fim de também deleitar-me com a sua beleza. As flores tinham razão: era uma Musa simplesmente encantadora!... Não tivesse eu já a minha Psiquê, juro-te amigo Diário, teria me apaixonado perdidamente.
Na nossa mitologia não sei por qual nome ela responde, mas na mitologia luso-brasileira ela é Inês Hott.
Peguei então meu arco e lancei uma flecha na direção do poeta Joésio Menezes que, após ser atingido, escreveu-lhe os seguintes versos:
CLONAGEM MITOLÓGICA
(Joésio Menezes)

Zeus juntou a uma estrela
(astro de luz própria):
Palas, padroeira da sabedoria;
Ártemis, deusa virgem da lua
e Afrodite, deusa da beleza e do amor.

Colocou todos esses ingredientes,
temperados com os encantos da lua,
num liqüidificador gigante e centrifugou-os...

A essa “vitamina” mitológica,
Zeus misturou a delicadeza das flores.
Depois, separou uma pequena porção
e enviou-a ao geneticista maior do universo,
Deus, que fez VOCÊ.