sexta-feira, 28 de novembro de 2008

CIBELE, A MÃE DOS DEUSES


Meu querido amigo diário,

Andando pelos bosques do Olimpo, reencontrei a ninfa Rosane Volpatto que voltava de uma visita ao Mundo Encantado Wikipédia e, parando-a, pedi que me contasse uma das suas fabulosas histórias. Ela, imediatamente, começou a falar-me de Cibele, uma deusa da Frígia, designada por Mãe dos Deuses ou Grande Mãe. Disse Rosane que o grande Sófocles a chama de “A Mãe de Tudo”.
Também conhecida como Deusa dos mortos, da fertilidade, da vida selvagem, da agricultura, da Caçada Mística e, principalmente, do poder de fertilidade da natureza, seu culto começou na Ásia Menor e espalhou-se por diversos territórios gregos, mantendo a popularidade até os romanos, que lhe edificaram um templo no Palatino, tendo, para isso, mandado vir de Pessinunte, em 240 a.C., uma pedra negra que a simbolizava. Segundo os gregos, contudo, esta deusa seria apenas uma encarnação de Reia, adorada no monte Cíbele, na Frígia. Ela possui seus próprios Mistérios sagrados, do mesmo modo que as deusas Perséfone e Deméter.
O culto a Cibele tornou-se tão popular que o senado romano, a despeito de sua política permanente de tolerância religiosa, se viu obrigado, em defesa do próprio Estado, a por cabo à observância dos rituais da deusa-mãe. Tal culto incluía manifestações orgíacas, como era próprio dos deuses relacionados com a fertilidade, celebrados pelos Curetes ou Coribantes.
Cibele é representada, frequentemente, com uma coroa de torres, com leões por perto ou num carro puxado por estes animais e está relacionada com a lenda grega de Agdístis e Átis, esse último um deus lunar que usava a lua crescente como uma coroa de uma maneira muito própria, sendo tanto filho como amante de sua mãe Cibele, também conhecida como deusa da Lua.
O Mito de Átis relata que ele estava para se casar com a filha de um rei, quando sua mãe, estando apaixonada por ele, tornou-o louco. Átis, na loucura, ou no êxtase, castrou-se diante de Cibele, causando muita tristeza à Grande Deusa. O pranto de Cibele por Átis lembra a tristeza de Istar por Tamuz e a de Afrodite por Adônis.
Não sei, diário amigo, se me sinto inebriado com história tão fascinante ou se me entrego mais uma vez às crises existenciais, as quais levam-me constantemente ao psicanalista.

Um comentário:

Madalena Barranco disse...

"A Mãe de tudo" > o lado feminino de Deus > a Deusa, que foi sufocada pelas religiões e agora vem a tona de Gaia e desenha signos de amor da pele da humanidade...

Adorei seu texto. Beijos.