segunda-feira, 22 de setembro de 2008


AS GRAÇAS

Amado diário,

Dando prosseguimento às apresentações dos moradores do Olimpo, registro aqui algumas linhas a respeito daquelas que muitos suspiros provocaram: As Graças (Cárites na Mitologia Grega) são as deusas da dança, dos modos e da graça do amor, são seguidoras de Vênus (correspondente a deusa grega Afrodite, minha mãe) e dançarinas do Olimpo. Apesar de pouco relevantes na mitologia greco-romana, a partir do Renascimento as Graças se tornaram símbolo da idílica harmonia do mundo clássico. Graças, nome latino das Cárites gregas, eram as deusas da fertilidade, do encantamento, da beleza e da amizade. Ao que parece, seu culto se iniciou na Beócia, onde eram consideradas deusas da vegetação. O nome de cada uma delas varia nas diferentes lendas. Na Ilíada de Homero aparece uma só Cárite, esposa do deus Hefesto; no entanto, enumeram-se três. São elas:
Aglaia - a claridade;
Tália - a que faz brotar flores;
Eufrosina - o sentido da alegria;
Há várias versões a respeito da filiação das três Graças: algumas dizem que elas eram filhas do grande polígamo Zeus (meu pai) e Hera; outras, de Zeus e da deusa Eurínome.
Por sua condição de deusas da beleza, eram associadas a Afrodite, deusa do amor. Também se identificavam com as primitivas musas, em virtude de sua predileção pelas danças corais e pela música.
As danadinhas eram tão sensuais e encantadoras que nas primeiras representações plásticas elas apareciam vestidas. No entanto, devido ao poder de sedução que elas tinham sobre os “reles” mortais, mais tarde foram representadas como jovens desnudas, de mãos dadas; duas das Graças olham numa direção e a terceira, na direção oposta. Esse modelo, do qual se conserva um grupo escultórico da época helenística, foi o que se transferiu ao Renascimento e originou quadros célebres como "A primavera", de Botticelli, e "As três Graças", de Rubens, os quais não resistiram aos encantos libidinosos das meninas. Dizem, inclusive, as más línguas que eles morreram de paixão por elas.
Agora você entende, diário querido, o porquê das minhas idas e vindas constantes ao psicanalista!...

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

MINHA AMIGA ARIADNE

Amigo Diário,
Tão logo acertei o coração do poeta Joésio Menezes, saí correndo em direção aos jardins do Olimpo, pois lá eu tinha um encontro marcado com a minha amiga Ariadne, a filha de Minos, rei de Creta. Ariadne queria contar-me um segredo: apaixonara-se por Teseu quando este foi mandado a Creta, voluntariamente, como sacrifício ao Minotauro que habitava o labirinto construido por Dédalo e tão bem projetado que quem se aventurasse por ele não conseguiria mais sair e era devorado pelo Minotauro.
Teseu resolveu enfrentar o monstro. Foi ao renomado Oráculo de Delfos para descobrir se sairia vitorioso. O Oráculo lhe disse que deveria ser ajudado pelo amor para vencer o minotauro.
Ariadne, a filha do rei Minos (entre os mortais, filha de Eclep e Mércia), disse a Teseu que o ajudaria se este a levasse a Atenas para que ela se casasse com ele. Teseu reconheceu aí a única chance de vitória e aceitou. Ariadne deu-lhe, então, uma espada e um novelo de linha (Fio de Ariadne) para que ele pudesse achar o caminho de volta, desde que ficasse segurando uma das pontas. Teseu saiu vitorioso e partiu de volta à sua terra com Ariadne, embora o amor dele para com ela não fosse o mesmo que o dela por ele.
No caminho de volta, passaram na ilha de Naxos e aportaram para descansar. Porém, amado diário, assim que Ariadne adormeceu, veja só a "trairagem" de Teseu: ele abandonou-a na ilha e retornou sem ela, esquecendo-se de sua promessa.
Ao acordar, e vendo-se sozinha, minha pobre amiga desespera-se. Felizmente a deusa do amor, Afrodite, ao perceber seu desespero, tem pena de Ariadne e promete-lhe um amante imortal, em lugar do ingrato mortal que a enganara.
Naxos era a ilha preferida de Dionísio , filho de Zeus e Sêmele, onde foi deixado depois de ter sido capturado por marinheiros. Encontrando Ariadne em desespero, o atrevido e inconsolável Dionísio trata logo de consolá-la e logo a toma como esposa (que danadinha!). Ele dá-lhe uma linda coroa de ouro como presente de casamento, cravejada de pedras preciosas, que, a pedido dela, será atirada ao céu quando Ariadne morrer. Isso feito, sua forma será conservada, e ela se tornará uma constelação, repleta de estrelas (Corona Borealis) brilhantes, entre um Hércules ajoelhado e o Homem, que tem bem segura nas mãos a Serpente.
Diante desse ato de amor e coragem da bela e doce Ariadne, o poeta Joésio Menezes (aquele mesmo que ficara encantado com a Musa Inês!) escreveu-lhe também os seguintes versos:

ANJO IMACULADO
(Joésio Menezes)

És tu, ó meiga princesa,
Um amor de criatura,
Um poço de formosura,
Um símbolo de delicadeza.

Tens tu, ó sublime realeza,
Em teu riso a candura,
Em teus olhos a figura
Inconfundível da beleza.

Tens tu, ó deusa amada,
O encanto de uma fada,
A sensualidade de um fado.

És tu, ó linda flor,
Uma fonte de pudor,
Um anjo imaculado.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008


UMA CLONAGEM MITOLÓGICA

Diário amigo,

Numa dessas minhas andanças pelos bosques do Olimpo, encontrei uma Musa que passeava tranqüilamente exibindo sua beleza aos pequeninos colibris. Notei que as flores estavam enciumadas. Sem ser percebido, aproximei-me sorrateiramente por entre as árvores a fim de também deleitar-me com a sua beleza. As flores tinham razão: era uma Musa simplesmente encantadora!... Não tivesse eu já a minha Psiquê, juro-te amigo Diário, teria me apaixonado perdidamente.
Na nossa mitologia não sei por qual nome ela responde, mas na mitologia luso-brasileira ela é Inês Hott.
Peguei então meu arco e lancei uma flecha na direção do poeta Joésio Menezes que, após ser atingido, escreveu-lhe os seguintes versos:
CLONAGEM MITOLÓGICA
(Joésio Menezes)

Zeus juntou a uma estrela
(astro de luz própria):
Palas, padroeira da sabedoria;
Ártemis, deusa virgem da lua
e Afrodite, deusa da beleza e do amor.

Colocou todos esses ingredientes,
temperados com os encantos da lua,
num liqüidificador gigante e centrifugou-os...

A essa “vitamina” mitológica,
Zeus misturou a delicadeza das flores.
Depois, separou uma pequena porção
e enviou-a ao geneticista maior do universo,
Deus, que fez VOCÊ.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008


UM POUCO SOBRE AFRODITE

Meu querido diário,

A fim de que me conheçam melhor, resolvi apresentar primeiro aquela que me deu à luz, aquela que tem o poder de transmutar o prazer sexual em êxtase espiritual: Afrodite, a Deusa grega da beleza, da paixão sexual, do amor, da fecundidade e do casamento. Na mitologia romana ela é mais conhecida como Vênus.
Afrodite (ou Vênus) é, além de deusa do amor, a deusa das flores, as quais sintetizam de forma admirável o mistério de Afrodite. E como bem disse Flávia Silva, freqüentadora do Olimpo, "as flores são o mais belo órgão sexual do universo". São muitas as imagens floridas representativas da beleza sexual feminina, entre elas a rosa vermelha, colorida e perfumada, mas com espinhos que podem machucar como fazem sofrer as paixões do amor.
Dizem que há duas versões para sua origem, a mais conhecida é a de que Cronos (deus do tempo), a pedido de sua mãe, cortou e jogou no mar o órgão sexual de seu pai, Urano (deus do firmamento). Afrodite nasceu da espuma que se formou na água. O segredo de Afrodite era um cinturão mágico com grande poder de sedução.
Não sei ao certo a veracidade da história. O certo mesmo é que estou aqui, e que ela é, de fato, uma Deusa, a mais formosa que existe.