terça-feira, 30 de dezembro de 2008

DIANA, A DEUSA VIRGEM DA CAÇA
(Wikipédia)


Adorável anigo diário,

Voltando da minha última consulta do ano com o meu psicanalista, deparei-me com uma cena horripilante: vi Diana transformar em um cervo o caçador Acteão, que a viu nua durante o banho.
Em Roma, Diana (a Artemis grega) é a deusa da lua e da caça, filha de Júpiter e de Latona, e irmã gêmea de Apolo. Ciosa de sua virgindade e indiferente ao amor, obteve do pai permissão para não se casar e se manter sempre casta. Júpiter forneceu-lhe um séquito de sessenta oceânidas e vinte ninfas que, como ela, renunciaram ao casamento. Caçadora infatigável, Diana é cultuada em templos rústicos nas florestas, onde os caçadores lhe oferecem sacrifícios. Na mitologia romana, ela é a deusa dos animais selvagens e da caça, bem como dos animais domésticos, porém foi cedo identificada como a deusa grega Ártemis e depois absorveu a identificação de Artemis com Selene (Lua) e Hécate (ou Trívia), de que derivou a caracterização triformis dea ("deusa de três formas"), usada às vezes na literatura latina.
Em Roma, seu templo mais importante localiza-se no monte Aventino e, dizem, teria sido construído pelo rei Servius Tulius no século VI a.C.
Pois é, diário amigo, o pobre caçador Acteão teve uma belíssima visão e, em conseqüência disso, hoje tornou-se caça.
Que ela nem a minha Psiquê fiquem sabendo disso, mas eu também a vi na hora do seu banho.

domingo, 21 de dezembro de 2008

ÍCARO, O FILHO DE DÉDALO
(www.algosobre.com.br/mitologia)


Querido amigo diário,

Hoje, quando eu voltava do psicanalista, fiquei sabendo de uma história interessante!.... a história de Ícaro, filho de Dédalo e de uma escrava de Minos chamada Naucrata.
Tudo começou quando seu pai, discípulo de Hermes e renomado inventor, realizava seu trabalho em Atenas até que certo dia começou a temer que seu ajudante e sobrinho, Ácale, lhe sobrepujasse no ofício. Enciumado, atirou o jovem do alto de Acrópole, matando-o. Por esse crime foi condenado ao exílio, partindo para Creta, reino de Minos, onde realizou muitas obras, sendo a mais célebre o Labirinto. Foi nessa construção que o soberano, irritado porque o arquiteto havia favorecido os amores de sua esposa, Pasífae, encerrou Dédalo e Ícaro juntamente com o Minotauro.
Os dois ali permaneceram até que Dédalo fabricou dois pares de asas artificiais amarrando as penas caídas dos pássaros que sobrevoavam o Labirinto e colando-as a seguir com grossa camada de cera. Alçaram vôo juntos, deixando o cárcere para traz, porém Ícaro, empolgado com a possibilidade de voar, esqueceu-se da recomendação do pai em não se aproximar em demasia do sol.
Inebriado pela sensação das alturas, cada vez mais o jovem se acercava do astro até que a cera que fixava as asas começou a derreter e Ícaro despencou dos céus no mar, morrendo afogado.
Seria uma história fantástica não fosse ela tão trágica, amado diário, mas em se tratando de Olimpo, tudo se torna belo e fabuloso.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

PSIQUE, MINHA PAIXÃO
(www.starnews2001.com.br)

Meu diário confidente,
Há muito tempo venho sentindo sensações típicas dos mortais, ou seja, acho que estou apaixonado. Por quem? Por uma bela mortal de nome Psiquê. Tão bela que despertou o ciúme e a fúria de Afrodite, deusa da beleza e do amor, minha mãe, pois os homens deixavam de freqüentar seus templos para adorá-la.
Enciumada, Afrodite deu-me ordens para induzir Psiquê a apaixonar-se por alguma criatura de má aparência, porém o feitiço virou-se contra o feiticeiro: apaixonei-me por ela, tornando-me seu amante. Eu a levei a um palácio, mas somente a visitava na escuridão a fim de que não fosse visto por ela.
Também movidas pelo ciúme, as irmãs de Psiquê disseram-lhe que eu era um monstro e iria devorá-la. Certa noite ela pegou uma lamparina e iluminou o quarto para me ver enquanto eu dormia. Excitada diante da visão de minha beleza (desculpe-me a falta de modéstia), ela deixou cair sobre mim uma gota do óleo da lamparina, e despertou-me. Por causa disso abandonei-a, ressentido pela sua desobediência.
Sozinha e cheia de remorsos, Psique procurou-me por toda a terra, e várias tarefas difíceis lhe foram impostas por Afrodite. A primeira delas foi separar na escuridão da noite as impurezas de um monte enorme de várias espécies de grãos, porém as formigas apiedaram-se de Psique e vieram em grande número para realizar a tarefa por ela.
E assim, por um meio ou por outro, todas as tarefas foram executadas, exceto a última, que consistia em descer ao Hades e trazer o cofre da beleza usado por Perséfone. Psique havia praticamente conseguido realizar a proeza, quando teve a curiosidade de abrir o cofre; este continha não a beleza, e sim um sono mortal que a dominou. Entretanto Júpiter, pressionado por mim, consentiu finalmente nosso casamento.Daí então Psique subiu ao céu.
Porém, diário amigo, por enquanto não marcamos o nosso enlace matrimonial. Ela diz que sou ainda muito jovem para assumir tal compromisso. Às vezes também penso assim, mas não mais estou suportando o aperto no peito causado por essa paixão que me sufoca.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

PERSÉFONE, DEUSA DA FERTILIDADE E DA COLHEITA
(Wikipedia)

Meu diário amigo,
Como eu havia prometido, cá estou de volta; agora para falar-lhe de Perséfone, que na mitologia grega corresponde à deusa romana Proserpina ou Cora. Ela é a filha de Zeus com a deusa Deméter, da agricultura, concebida antes do casamento de seu pai com Hera.
Quando os sinais de sua grande beleza e feminilidade começaram a brilhar, em sua adolescência, chamou a atenção do deus Hades que a pediu em casamento. Zeus, sem sequer consultar Deméter, aquiesceu ao pedido de seu irmão. Hades, impaciente, emergiu da terra e raptou-a levando-a para seus domínios (o mundo subterrâneo), desposando-a e fazendo dela sua rainha.
Sua mãe, ficando inconsolável, acabou por se descuidar de suas tarefas: as terras tornaram-se estéreis e houve escassez de alimentos, e Perséfone recusou-se a ingerir qualquer alimento e começou a definhar. Deméter, junto com Hermes, foram buscá-la ao mundo dos mortos (segundo dizem por aí, Zeus ordenou que Hades devolvesse a sua filha). Como entretanto Perséfone tinha comido algo (uma semente de romã) concluiu-se que não tinha rejeitado inteiramente Hades. Assim, estabeleceu-se um acordo, ela passaria metade do ano junto a seus pais, quando seria Coré, a eterna adolescente, e o restante com Hades, quando se tornaria a sombria Perséfone. Este mito justifica o ciclo anual das colheitas.
Perséfone é normalmente descrita como uma mulher de cabelos claros, possuidora de uma beleza estonteante, pela qual muitos homens se apaixonaram, entre eles, Pírito e Adônis. Foi por causa deste último que Perséfone se tornou rival de Afrodite, pois ambas disputavam o amor do jovem, mas também outro motivo era porque Afrodite tinha inveja da beleza de Perséfone. Embora Adônis fosse seu amante, o amor que Perséfone sentia por Hades era bem maior. Os dois tinham uma relação calma e amorosa. As brigas eram raras, com exceção de quando Hades se sentiu atraído por uma ninfa chamada Menthe, e Perséfone, tomada de ciúmes, transformou a ninfa numa planta, destinada a vegetar nas entradas das cavernas, ou, em outra versão, na porta de entrada do reino dos mortos.
Conta-se, ainda, que seu pai, Zeus, sob a forma de uma serpente, teve amor com a própria filha,com quem teve um filho e uma filha: Sabázio e Melinoe, que era de uma habilidade notável e foi quem coseu Baco na coxa de seu pai. Com Heracles, Perséfone ainda teve Zagreus. Com Hades, ela é mãe de Macária, deusa de boa morte.
Agora responda-me, amigo diário: como poderei eu ser um adolescente normal se o meio em que vivo não me ajuda?
E haja visitas ao psicanalista!...

sábado, 6 de dezembro de 2008

DO VINHO AOS BACANAIS
(PARTE II )


Ilustríssimo amigo diário,

Dando prosseguimento à orgíaca vida de Baco (também conhecido como Dionísio), ele percebe a trama dos marinheiros de Acetes, olha para o mar entristecido, e de repente a nau pára no meio do mar como se fincada em terra. Assustados, os homens impelem seus remos e soltam mais as velas, tudo em vão. O cheiro agradável de vinho se alastra por toda a nau e percebe-se que vinhas crescem, carregadas de frutos sob o mastro e por toda a extensão do casco do navio e ouve-se sons melodiosos de flauta.
Baco aparece com uma coroa de folhas de parra empunhando uma lança enfeitada de hera. Formas ágeis de animais selvagens brincam em torno de sua figura. Os marinheiros levados à loucura começam a se atirar para fora do barco e ao atingir a água seus corpos se achatavam e terminavam numa cauda retorcida. Os outros começam a ganhar membros de peixes, suas bocas alargam-se e narinas dilatam, escamas revestem-lhes todo o corpo e ganham nadadeiras em lugar dos braços. Toda a tripulação fôra transformada e dos 20 homens só restava Acetes, trêmulo de medo. Baco, porém, pede para que nada receie e navegue em direção a Naxos, onde encontra Ariadne e a toma como esposa. Cansado de ouvir aquela historia, Penteu manda aprisionar Acetes. E enquanto eram preparados os instrumentos de execução, as portas da prisão se abrem sozinhas e caem as cadeias que prendiam os membros de Acetes. Não se dando por vencido, Penteu se dirige ao local do culto encontrando sua própria mãe cega pelo deus, que ao ver Penteu manda as suas irmãs atacarem-no, dizendo ser um javali, o maior monstro que anda pelos bosques. Elas avançam, e ignorando as súplicas e pedidos de desculpa, matam-no. Assim é estabelecido na Grécia o culto de Baco. Certa vez, seu mestre e pai de criação, Sileno, perdeu-se e dias depois quando Midas o levou de volta e disse tê-lo encontrado perdido, Baco concedeu à ele um pedido. Embora entristecido por ele não ter escolhido algo melhor, deu a ele o poder de transformar tudo o que tocasse em ouro. Depois, sendo ele uma divindade benévola, ouve as súplicas do mesmo para que tirasse dele esse poder.
Dizem as más línguas, diário amigo, que Baco era um grande boêmio que gostava de fazer festas regadas a muito vinho, e que essas festas recebiam o nome de “bacanais”, cujo significado foi mudando com o passar do tempo; e hoje, no mundo ocidental dos mortais, o termo “bacanal” é sinônimo de orgia, de promiscuidade, de esbórnia...

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

DO VINHO AOS BACANAIS
(Wikipedia)



Diário querido,

Após falar de Cibele, eu não poderia deixar de mencionar o filho do deus olímpico Júpiter e da mortal Sêmele, Baco, o deus do vinho e da folia. Líber é seu nome latino e Dioniso é seu equivalente grego.
Diz a história que Sémele, quando estava grávida, exigiu a Júpiter que se apresentasse na sua presença em toda a glória, para que ela pudesse ver o verdadeiro aspecto do pai do seu filho. O deus ainda tentou dissuadi-la, mas em vão. Quando finalmente apareceu em todo o seu esplendor, Sémele, como mortal que era, não pôde suportar tal visão e caiu fulminada. Júpiter tomou então das cinzas o feto ainda no sexto mês e meteu-o dentro da barriga da sua própria perna, onde terminou a gestação.
Ao tornar-se adulto, Baco apaixona-se pela cultura da vinha e descobre a arte de extrair o suco da fruta. Porém, a inveja de Hera levou-a a torná-lo louco a vagar por várias partes da Terra. Quando passa pela Frígia, a deusa Cíbele cura-o e o instrui nos seus ritos religiosos. Curado, ele atravessa a Ásia ensinando a cultura da vinha. Quis introduzir o seu culto na Grécia depois de voltar triunfalmente da sua expedição à Índia, mas encontrou oposição por alguns príncipes receosos do alvoroço por ele causado.
O rei Penteu proíbe os ritos do novo culto ao aproximar-se de Tebas, sua terra natal. Porém, quando Baco se aproxima, mulheres, crianças, velhos e jovens correm a dar-lhe boas vindas e participar de sua marcha triunfal. Penteu manda seus servos procurarem Baco e levá-lo até ele. Porém, estes só conseguem fazer prisioneiro um dos companheiros de Baco, que Penteu interroga querendo saber desses novos ritos. Este se apresenta como Acetes, um piloto, e conta que, certa vez velejando para Delos, ele e seus marinheiros tocaram na ilha de Dia e lá desembarcaram. Na manhã seguinte os marinheiros encontraram um jovem de aparencia delicada adormecido, que julgaram ser um filho de um rei, e que conseguiriam uma boa quantia em seu resgate. Observando-o, Acetes percebe algo superior aos mortais no jovem e pensa se tratar de alguma divindade e pede perdão a ele pelos maus tratos. Porém seus companheiros, cegados pela cobiça, levam-no a bordo mesmo com a oposição de Acetes. Os marinheiros mentem dizendo que levariam Baco (pois era realmente ele) onde ele quisesse estar, e Baco responde dizendo que Naxos era sua terra natal e que se eles o levassem até lá seriam bem recompensados. Eles prometem fazer isso e dizem a Acetes para levar o menino a Naxos. Porém, quando ele começa a manobrar em direção a Naxos ouve sussurros e vê sinais de que deveria levá-lo ao Egito para ser vendido como escravo, e se recusa a participar do ato de baixeza.
Desculpe-me, amigo diário, mas como a história de Baco é um pouco extensa, voltarei outro dia para continuá-la. Além do mais, estou atrasado para a consulta com o meu psicanalista.
Até breve!...